segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Proprietários doam casas que os arruinam

Segundo uma notícia publicada no Ionline, uma família do Porto pretende doar um prédio arrendado que possui, como única maneira de se libertar de obras compulsivas impostas pela Câmara Municipal a qual, segundo a sua lógica natural, não quer saber das legítimas razões económicas que assistam ao cidadão.

Segundo a notícia: “cinco inquilinos pagam um total mensal de 26,5 euros ou 318 euros por ano e só de IMI os proprietários pagam anualmente 840,18 euros, em duas prestações de 420,09 euros (à taxa de 0,8%, correspondente a edifícios não avaliados).” E ainda, “Mesmo assim, só agora surgiu um interessado em ficar com elas.”

Pelos dados fornecidos o prédio está avaliado em 105 mil euros. Compreende-se bem que ninguém o queira. Se a situação já é má para o proprietário, sê-lo-á ainda pior para o possível donatário. Além dos problemas que já existem, ainda terá que pagar uma boa maquia em imposto sucessório. Ou em IMT e mais-valias (que cabem ao vendedor) mesmo que a compra seja por um euro.

Adquirido o prédio, passa-se à reavaliação nos termos do código do IMI e sobe o IMI. E de nada vale recorrer à lei 6/2006 (NRAU) porque o estado do prédio não consente aumento das rendas.

Do ponto de vista financeiro o único interessado pode ser um especulador com bons contactos políticos que consiga, com um artifício qualquer, despejar os inquilinos, demolir e construir coisa nova.

O que é triste é verificar que há milhares de Portuenses com dinheiro, e o coração à esquerda, mas que não são solidários pois que desprezam esta oportunidade de bem-fazer às modestas famílias que residem no prédio.

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