Agradeço
darem-me ocasião para me exprimir sobre o assunto das rendas.
Acho
que um povo só tem o que merece. É grosseiro, mas é assim! Reparem: diz-se que
os nossos políticos não prestam! Ok. Mas donde é que eles vêm? Não é do povo?!
Então a cobra morde o rabo… É porque o povo também não presta!
Desde
os tempos mais recuados, diz-se que os portugueses são um povo pacífico! Que
respondam os nuestros hermanos: cada
vez que tentaram dominar-nos sempre voltaram com o rabo entre as pernas;
algumas vezes até já sem rabo nem nada! Olhem para o exemplo de Aljubarrota.
Mas verdade se diga: deixamos carregar em cima da mola até não poder suportar
mais! Ao contrário, por ex. dos franceses que por tudo e por nada estão-se
sempre a manifestar.
Eu
sou o que se chama um pequeno senhorio, com meia dúzia de inquilinos. Alguns já
não os aumento há vários anos, porque o aumento anual não cobriria o custo da
carta registada com aviso de receção para o efeito necessária.
No
entanto, penso que o senhorio precisa do inquilino e o inquilino precisa da
casa. Daí que tenha de se encontrar um meio de satisfazer as duas partes.
Mas
há várias décadas que este preceito não é respeitado.
Fiz
parte de uma comissão, num país europeu, onde se tratavam assuntos relacionados
com os aumentos de rendas antigas e aprendi muito com um antigo juiz reformado
que era o presidente dessa comissão.
Tive
também ocasião de fazer algumas observações numa associação de senhorios de
Lisboa, mas logo vi que os meus conhecimentos não interessavam aqueles
senhores…
Imaginemos
alguém que recebe 500 euros de salário mensal. É evidente que não pode pagar
uma renda de 400 euros. Necessita de uma ajuda de, pelo menos, 300 euros! Deve
ser financiado pelo Estado e por uma Caixa criada para o efeito. Esse sistema
existia no país onde estive: o senhorio descontava 3,5% e o inquilino 2,5%. Se
faltasse, o Estado metia o resto.
Que
tal a ideia?
Adelino
Mota
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