Há muitos anos, Luís de Stau Monteiro escreve uma peça de teatro intitulada Auto da Barca com Motor Fora de Borda, assim chamada porque os que a empurravam não iam nela e os que iam nela não a empurravam.
Mal sabia ele que estava a antecipar a raiz das crises económicas actuais, aqui pela borda do Mediterrâneo. Na Grécia, quando disseram aos “passageiros” que eles também tinham que remar um bocadinho, eles reagiram assim:
Naturalmente o “capitão” não teve outro remédio senão apertar ainda mais com os empurram a barca, isto é, os contribuintes. Mas estes não parecem felizes com a ideia de serem os únicos a empurrar a barca, pagando pontualmente os seus impostos e ainda suportando a arrogância habitual dos agentes do Estado. “Não pagamos” parece ser o lema destes contribuintes, de acordo com a notícia aqui:
“A recusa absoluta destes empresários em pagar qualquer imposto parece-se com uma revolta da classe proprietária, em vez da classe trabalhadora, uma rebelião dos proprietários de negócios que foram durante muito tempo a coluna vertebral da sociedade grega. Não são eles os que fizeram o seu caminho no excessivo funcionalismo grego; pelo contrário são pessoas que põem o seu dinheiro no sector privado, trabalhando 12 horas por dias, sete dias por semana"