domingo, 18 de setembro de 2011

Reabilitação urbana e emoção religiosa


Na sequência da reunião de Luis Lima, presidente da Apemip, a Ministra Assunção Cristas, adiantou que até ao final do mês de Setembro será colocada à aprovação do Conselho de Ministros uma proposta relativa à Reabilitação Urbana e, até ao final do ano, uma outra dedicada ao Arrendamento Urbano, anunciando ainda a existência de uma Comissão de Trabalho para tratar estas matérias.
Luís Lima lembrou que é mais urgente avançar com medidas sobre o Arrendamento Urbano, já que dele depende a própria reabilitação urbana. O presidente da Apemip, referiu-se ainda à importância da criação de uma taxa liberatória.” Aqui.

A reabilitação urbana liderada pelo Governo é uma questão recorrente e alvo de várias tentativas, nem sempre honestas, de tal maneira que já merece que se lhe dê pouca importância; aqui.

Todavia, como estas coisas saem muitas vezes muito caras convém assinalar que esta forma de reabilitação urbana tem mais a ver com emoção religiosa do que com economia e realismo económico. Tem mais a ver com a construção de uma catedral ou de uma ermida que atrai os peregrinos e torna célebre e próspera uma região. Porém, aí são os peregrinos quem paga a construção com as esmolas geradas pela própria fé. Mas os governos não têm outras receitas fora os impostos que arrecadam, cada vez com mais dificuldade.

Estarão a cidades condenadas à eterna fealdade que é a companheira da pobreza, sendo esta a companheira da falta de tino dos governantes? Em todo o caso, experimente-se libertar o mercado imobiliário das peias que o prendem desde há um século e logo se verá se, sem mexer no bolso de ninguém, haverá ruas asseadas, fachadas limpas e interiores decentes.

Afinal foi isto o que nunca se experimentou. E talvez resultasse, talvez não de acordo com as idiossincrasias dos planeadores urbanos, mas decerto de acordo com a vontade do povo miúdo.


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